Reduzir o consumo de sal e praticar atividades físicas são formas de prevenir o infarto, responsável por 45% das mortes na faixa etária acima de 45 anos
Antonio Cruz/Agência Brasil |
Hipertensão Arterial é a principal causa da doença
A possibilidade de infarto, assim como muitas outras doenças aumenta com a idade. O infarto é como uma gangrena (morte e apodrecimento), resultante da falta de alimentação do músculo do coração, geralmente diante do entupimento parcial ou total das artérias. Isso pode levar à morte súbita, tardia ou provocar insuficiência cardíaca.
O estreitamento do calibre (largura) dos canais de circulação do sangue pode levar a rupturas de placas de gordura depositadas no interior das artérias coronárias, que irrigam o coração. Isso aumenta a possibilidade de formação de coágulos que podem entupir as artérias e causar o infarto do miocárdio (a “parede” do órgão). Em 50% das ocasiões, o infarto é a primeira manifestação da doença coronária.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. O cigarro é o maior fator de risco. De acordo com Leopoldo Piegas, professor livre docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o fumo aumenta cinco vezes o risco de infarto. A nicotina é um vaso constritor (provoca contração) que reduz o calibre dos vasos sanguíneos e produz lesões na parede que recobre internamente esses vasos.
Segundo o Ministério da Saúde, o tabagismo é responsável por 25% das mortes no país causadas por doença coronariana (angina e infarto do miocárdio) e 45% das mortes na faixa etária abaixo de 65 anos por infarto agudo do miocárdio.
Além do cigarro, a obesidade, o aumento do colesterol ruim, a diabetes, a hipertensão arterial, o sedentarismo e o estresse contribuem para a ocorrência do infarto. “Por isso é importante a prevenção. A eliminação do cigarro reduz a mortalidade por infarto em 35%. Reduzir a obesidade e controlar o diabetes diminui a mortalidade em 80%”, afirma Leopoldo Piegas.
Além desses fatores de risco, a predisposição genética e a depressão podem alterar o funcionamento do organismo. O professor livre docente em cardiologia pela Faculdade de Medicina da USP Maurício Wajngarten esclarece que a pessoa deprimida tem hábitos que favorecem o infarto e geralmente não se cuida. O especialista explica que a pressão mais alta, um fator de risco importante, deixa as artérias mais duras e aumenta o risco de incidência de doenças.
Consumir muito sal também é prejudicial à saúde. A redução de sua ingestão diminui a hipertensão arterial e torna menor a probabilidade de haver infarto ou AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Entre os principais sintomas do infarto estão: dor ao fazer algum esforço (por exemplo, ao subir uma escada), opressão no peito (sinal mais típico), falta de ar, tontura e suor em excesso. Entre as pessoas idosas, esses sinais muitas vezes são mascarados. De acordo com uma pesquisa realizada em 2011 pelo Datafolha em parceria com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, dos mais de 600 entrevistados que sofreram infarto, apenas 2% souberam reconhecer os indícios do problema.
Entre as sequelas de quem sofreu um infarto, a principal delas é a redução da massa muscular que executa os movimentos do coração, o que leva a um quadro de insuficiência cardíaca. A pessoa apresenta falta de ar e inchaço nas pernas. “Em infartos mais extensos, se o paciente não for socorrido imediatamente, pode ter perda muscular muito grande, com capacidade física reduzida. Com as técnicas de hoje, se for socorrido logo, o paciente tem a possibilidade de preservar o músculo do coração sadio”, resume Piegas.
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